sábado, 10 de maio de 2008

RODRIGO BÓRGIA - PAPA ALEXANDRE VI - 10.O5.08


PAPA ALEXANDRE VI - (RODRIGO BÓRGIA)- III PARTE

Os Cardeais que tinham eleito ALEXANDRE VI não tinham ilusões acerca do que tinham feito.
Giuvanni de Medici,o futuro Leão X, disse ao Cardeal Cibó: "estamos nas garras daquele que é talvez o lobo mais selvagem que o mundo jamais viu. Ou fugimos ou ele,sem sombra de dúvida,devorar-nos-á".
O Cardeal della Rovera, sensatamente, fugiu para França e passou grande parte do reinado de Alexandre VI,escondido.
Outros não faziam ondas para não verem as suas carreiras prematuramente encurtadas.
Mas Rodrigo não se preocupava com o que as pessoas diziam.Tinha conseguido o que queria.
Gibbon descrevia Alexandre como "o Tibério da Roma Cristã".
Outro crítico chamava a Alexandre "um tirano extremamente faustoso; caneta alguma pode registar as qualidades bestiais deste ímpio tratante".
Dizia-se que Alexandre VI fizera um pacto com o diabo para conseguir o papado. Mas a acusação mais consistente era que ele era familiar com a sua impúdica filha Lucrézia".
Rodrigo deliciava-se em patrocinar entretenimentos onde entrassem mulheres nuas e jovens. Às vezes interrompiam a missa. Em certa ocasião trouxe para o altar mulheres que davam risadinhas e a Hóstia Sagrada foi espezinhada.
Qualquer desculpa lhe servia para fazer uma festa que inevitavelmente significava encher os aposentos papais de cortesãs. Para onde quer que viajasse levava consigo uma comitiva de bailarinas sumarimente vestidas.
Ao mesmo tempo,Alexandre tentou adoptar as atitudes censórias próprias de um papa.
Em 1496 emitiu uma BULA para tentar reformar os Beneditinos, declarando que "ambos os sexos naquela antiga e honrosa instituição se entregavam à mais indecente libertinagem".
Além das suas paixões gemelares por dinheiro e mulheres, Alexandre amava os seus filhos. Uma vez papa, Alexandre VI começou a tratar de enaminhar os seus filhos ilegítimos, principalmente, os quatro favoritos que tivera com Vannozza Catanei.
No dia da consagração de Alexandre, o seu perverso filho de 17 anos,CÉSARE, foi nomeado Arcebispo de Valência.
Mis tarde, num "Consistorium" que também promoveu o irmão de Vannozza Catanei e o favorito de 15 anos Ippolito d`Este, CÉSARE tornou-se Cardeal.
Alexandre contornou habilmente a estipulação segundo a qual um cardeal devia ser legítimo, emitindo duas bulas. Uma, distribuída publicamente, declarava que CÉSARE era o filho de Vannozza Catanei e do seu "marido". A segunda, publicada secretamente, reconhecia CÉSARE como seu filho.
De início Alexandre achou prudente manter Césare afastado de Roma e enviou-o para Siena a fim de participar no PALIO, a famosa corrida de cavalos à volta da praça da cidade. Césare certificou-se da vitória com o simples expediente de subornar os Juizes.
Mas ao cabo de um mês, quando Alexandre já tinha nas mãos as alavancas do poder,Césare regressou a Roma e ocupou um palácio perto do Vaticano por onde passava
um desfile de namoradas e prostitutas.
Já como papa,Rodrigo levou a amante e a filha para o Vaticano.
Encomendou a Pinturicchio um retrato em tamanho natural, mostrando-o envolto em brocados sumptuosos e jóias opulentas, que pendurou nos seus aposentos no Palácio Apostólico.
Começou igualmente a consolidar o poder político do papado que estava em declínio desde o exílio em Avinhão.
A outra ambição de Alexandre era recuperar o dinheiro que tinha dispendido em subornos para obter o pontificado.
O que foi fácil. Com catorze assassínios,por dia, em Roma, bastou-lhe começar a libertar os culpados mediante um pagamento.
Afinal de contas, sublinhou o papa: "o SENHOR não exige a morte do pecador, preferindo antes que pague e viva".
A SIMONIA era também uma boa fonte de rendimentos. Qualquer um que quizesse ser cardeal, bastava-lhe comprar o lugar.
A fim de aumentar os rendimentos, Alexandre começou a envenenar os cardeais depois de os ter nomeado. Assim ficava outra vez com o chapéu de cardeal para vender e as propriedades do falecido revertiam para a Igreja, ou seja, para o papa Alexandre VI.
Continuou, assim, a fazer o mesmo que fazia quando era vice-chanceler, vendendo outros benefícios e indulgências.
Cobrou 24.000 moedas de ouro a um nobre pela autorização para cometer incesto com a irmã.
O assassínio era outra fonte de rendimentos.
Cansado de ameaçar o seu irmão que continuava refugiado no Vaticano, o Sultão Otamano
Bayezid II enviou a Alexandre 40.000 ducados em ouro para matar Djem. Mas a honra de Alexandre não era assim tão barata. Esperou e mais 200.000 ducados apareceram.
Alexandre mandou então envenenar Djem.

FIM DA III PARTE

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