quarta-feira, 11 de junho de 2008

UN EMPIRE CHRÉTIEN ? - 11.06.08


UN EMPIRE CHRÉTIEN ?

III (et ultime) PART - UNE NOUVELLE RELIGIOSITÉ

Mais il y a plus: il serait tout à fait inexact de penser que le Christianisme s`est développé sur les décombres d`un paganisme moribond.
Tout au contraire, les IIIème, IVème et vème siècles sont marqués par une " nouvelle religiosité" que s`exprime bien sûr dans le Christianisme, mais tout autant dans le paganisme.
Corrélativement, il serait tout aussi artificiel d`opposer trop strictement le polythéisme païen au monothéisme chrétien. Et ce, pour au moins deux raisons essentielles. Tout d`abord, le paganisme rénové est considérablement influencé par l`hénothéisme, forme particulière de polythéisme qui accorde un statut supérieur à un dieu sans pour autant renoncer au culte des autres divinités, ainsi que par le néoplatonisme et la philosophie de Plotin dont les ÉNNEADES sont une tentative pour penser `Un, l`unique dont la pluralité et la diversité du monde émanent.
Ainsi Maxime de Madaure écrit-il à la fin du IVème siècle à Saint Augustin: " Qu`il n`existe qu`un Dieu unique et suprême, sans commencement et sans descendance, quel homme est assez grossier, assez stupid pour en douter? C´est lui dont nous ( les païens) invoquons , sous des vocables divers, les énergies répandues dans le monde, car nous ignorons son nom véritable, et en adressant nos supplications séparément à ses divers membres, nous entendons l`honorer tout entier".
Par ailleurs,les rites païens ne disparaissent pas du jour au lendemain, même chez les convertis au Christianisme.
La mère de Saint Augustin, elle même participait à des banquets funéraires aux cours desquels on prenait le repas sur la tombe du défunt pour en honorer la mémoire. Cette pratique était très répandue, l`archéologie a ainsi mis au jour des dalles tombales ornées d`aliments et sur lesquels des formes d`assiette ou de coupelle ont été creusées.
Au-delà de ces pratiques, il faut encore ajouter que, du point de vue chrétien, l`existence des divinités anciennes n`est pas remise en cause.
Pour le chrétien convaincu, les dieux païens existent bel et bien, mais ce sont des démons, comme Saint Augustin les nomme.
En 391, l`Empereur Théodose, issu d`une famille chrétienne, interdit les rites païens, et institue le Christianisme comme religion officielle de l`Empire.
Cette mesure entraîne une recrudescence des conversions. L`Église ne sort pas pour autant des incertitudes.
Dans LES VIRTUOSES ET LA MULTITUDE, Jéan-Marie Salamito précise:"La Christianisation de masse, avec ses nombreuses conversions a caractère opportuniste, trouble allors l`image que l`Église peut avoir et donner d`elle même" et cite à l`appui la CITÉ DE DIEU d`Agustin: "Mais le diable, voyant les temples des démons désertés et le genre humain accourir au nom du Médiateur qui libère, suscita des hérétiques pour leur faire combattre la doctrine chrétienne sous l`appellation des chrétiens".
Contrairement à ce que l`on a longtemps prétendu, la christianisation de l`Europew est loin d`êttre achevée à la fin du IVème siècle et le paganisme survit au-delà du Vème siècle, obligeant les évêques à tranquer, pendant longtemps encore, les restes persistants ede pratiques anciennes.
PHILIPPE DESCAMPS
LA FIN

VERSÃO PORTUGUESA

III (e última) PARTE - UMA NOVA RELIGIOSIDADE

Será totalmente inexacto pensar que o Cristianismo se desenvolveu sobre os escombros do paganismo moribundo. Muito pelo contrário. Os séculos III, IV e V são marcados por uma "nova religiosidade" que se exprime muito seguramente no Cristianismo mas outro tanto no paganismo.
Correlativamente, será muito artificial opôr, muito estrictamente, o politeísmo pagão ao monoteísmo cristão. E isto,pelo menos, por duas razões essenciais. Em primeiro lugar, o paganismo renovado é consideràvelmente influenciado pelo henoteísmo, forma particular de politeísmo que concede um estatuto superior a um deus sem para isso renunciar ao culto de outras divindades, assim como pelo neoplatonismo e pela filosofia de Plotin, de que as ENEIADAS são uma tentativa para pensar em um, num só e único ( deus),de quem emana a pluralidade e a diversidade do mundo.
Assim Máximo de Madaure escreveu, no fim do século IV, a Santo Agostinho:" que não existe senão um deus único e supremo, sem princípio nem fim, o homem é muito grosseiro, muito estúpido para duvidar ? É a ele ( deus único) que nós ( pagãos) invocamos, sob formas vocais diversas, às energias espalhadas pelo mundo, porque nós ignoramos o seu verdadeiro nome (desse deus) e dirigindo as nossas súplicas separadamente aos seus diversos membros, nós queremos honrá-lo a ele todo inteiro".
Por outro lado,os ritos pagãos não desaparecem dum dia para o outro, mesmo junto dos convertidos ao Cristianismo. A mãe de Santo Agostinho, ela mesma, participava nos banquetes funerários no decurso dos quais se tomava a refeição sobre a campa do defunto para honrar a sua memória. Esta prática estava muito espalhada,e a arqueologia também trouxe à luz do dia lajes tumulares ornamentadas de alimentos e sobre elas formas de prato ou de cadinho foram escavadas.
Para além destas práticas, é ainda necessário acrescentar que, do ponto de vista cristão, a existência das divindades antigas não é posta em causa.
Para o cristão convencido, os deuses pagãos existem realmente, mas eles são
demónios, como lhes chama Santo Agostinho.
Em 391, o Imperador Teodósio, saído duma família cristã,interdita os ritos pagãos e institue o Cristianismo como religião oficial do Império.
Esta medida arrasta consigo um recrudescimento das conversões. A Igreja não tem saída para tantas incertezas.
Em AS VIRTUOSIDADES E A MULTITUDE, João Maria Salamito precisa :" A cristianização em massa com as suas numerosas conversões com carácter oportunista, perturba agora a imagem que a Igreja pode ter e dar dela mesma" e, em seu apoio, cita A CIDADE DE DEUS de Santo Agostinho: " Mas o diabo, vendo os templos dos demónios a ficar desertos e o género humano a ocorrer ao nome do Mediador que liberta,laçou mão dos heréticos para fazer combater a doutrina cristã sob o apelo de cristãos (isto é, os heréticos são cristãos de que o diabo se serve para combater a religião cristã)".
Contràriamente ao que se pretendeu durante muito tempo, a cristianização do Império Romano está longe de acabada no fim do século IV e o paganismo sobrevive para além do século V, obrigando os bispos a dar batida, durante muito tempo ainda, aos restos persistentes de práticas antigas.
FILIPE DESCAMPS
FIM

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